domingo, 21 de agosto de 2011

ENTRE VISTAS.

 Luis, dono do colégio Estrela, chama o próximo candidato a professor:
- Senhor, Rubens, pode entrar!
- Desculpe-me, é Rubem!
- Como?
- Rubem, no singular, eu sou um só!
Luis olhou-o por alguns segundos e explodiu em uma gargalhada:
- Muito bem, Rubem, bom humor... gosto muito disso... gosto dos meus funcionários felizes, sabe eu tenho um carinho muito grande por essa escola, por isso comprei ela, fazem vinte anos que eu conclui o ginásio aqui...
- Faz...
- Faço... faço o que?
- O correto é faz vinte anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal.
- Pelo visto o senhor veio para o cargo de professor de português, certo?
- Sim, isto mesmo!
- Bem, deixe-me citar algumas situações em que podem haver problemas...
- Pode...
- Posso... posso o que?
- O correto é pode haver. O verbo haver, como o fazer, é impessoal!
- E o senhor também é um tanto impessoal, não? Bem, vamos deixar as coisas claras entre eu e você...
- Mim...
- Mim o que... cara pálida?
- Entre mim e você. Depois de preposição, usa-se mim!
- Escute uma coisa, Rubem, eu não gosto de ser interrompido toda hora, por causa que eu perco o fio da meada...
- Porque...
- Eu to tentando explicar!!!
- Não! Essa locução não existe. Use porque em vez de por causa de...
- Essa situação está ficando insustentável, você não pode sentar aí na mesa e ficar me corrigindo...
- A...
- A... o que, virei dentista???
- Sentei à mesa... Sentar em é sentar-se em cima de!
- Chega, eu quero o mais absoluto silêncio!!!
- Sem mais...
- Nem menos!!!
- Não; porque aí há redundância. Em absoluto já existe a idéia de maior... não precisa do mais!
Luis levanta-se, caminha até a porta, após abri-la aponta para fora e diz:
- Passar bem!
- Mas, o senhor nem viu o meu currículo...
- Infelizmente, para você, a minha palavra aqui, correta ou não, é a última!!!

MORAL:
Fala quem pode... entende quem tem juízo!!!

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